
Adelmo Oliveira
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Insônia
Avança madrugada vizinha
O sono não é o teu vigia
- O sono não chegou às pupilas
A chuva é uma vassoura fina
Varrendo por cima dos telhados.
Avança madrugada sozinha
O frio corta a pele matutina
- Gritam sapos que saltam tablados
Lá nas baixadas do Rio Sapato.
A chuva é uma vassoura fina
Varrendo por cima dos telhados.
O vento de açoite está uivando
Uiva nas esquinas
madrugadas
Com medo de lembranças que batem
- Cantigas antigas de ninar.
A chuva é uma vassoura fina
Varrendo por cima dos telhados.
Avança madrugada vizinha
- Cigarro
Joguei pelas cortinas
Das sombras da memória que vinha
Levando pedaços desta vida.
A chuva é uma vassoura fina
Varrendo por cima dos telhados.
(Inédito)
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