
A vista cansa de olhar objetos inanimados... o corpo em cena quer vidas superpostas... eu grito a minha loucura, a minha ladrilha... e me arrasto,como um facho, na noite escura... começo a ladrar um absurdo diferente dos dias anteriores para me enfrentar gente em universos intensos de olhos e querenças... sinto como em disco volante, ouvindo gemidos de cinco irmãs em voluptoso furor ... "ânsias de febre e loucura, girando em polpas de alvuras. Lábios em brasas de amor"
Essas coisas me despem o juízo...quero ganhar outros ares, outros luares, mas a vida, essa entidade derretida, toma os pulsos de minha casa e fico de novo aéreo, terremoto de fins...
Você sabe dos meus sábados e domingos: escrevo cartas,leio os antigos poemas, entro em desuso com a natureza sã... é o meu intenso que me come... fico homem, fico mulher, sigo siglas... leio até a bíblia para me conter, para te decorar... canto o cântico dos cânticos para te esperar... os ouvidos se recusam a entrar em estado ótimo... fica ouvindo confusões de banheiro em deletreamento de rusgas e toques...
outra vista...
Você não vem nunca...e nunca lembra dessas reticências quando te escrevo? Não sente essas palavras me ultrapassando e te ultrajando...
Fecho ou não a porta do quarto?
Deixo a água esquentando?
O computador funcionando?
Você não quer responder... finge que não existe afeto... Então, zebras lhe mordam e vá catar morangos em pés de jaqueira e me esqueça...
Você não sai de mim... fico escondendo as pedras, apagando mensagens de celular... Só resolve novos pânicos.
Já,já entra maio, o mês das moitas...
Nada... só esse juízo.
Tá... vou continuar ouvindo O Rappa... caso queira virar as costas, tem para si toda a ajuda de bens...
Agora, eu vou dormir... e nem adianta pousar nos meus sonhos quando, a muito custo, eu dormir. Faço questão de acordar...
(Jober Pascoal)
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